A cantora Milena Telhado, que vem se destacando nos palcos de todo o Sul Fluminense, tem a música correndo nas veias. Prova é que, apesar de ter estudado Arquitetura, escolheu viver da arte de cantar. Cresceu em uma família com dois tios músicos – um deles, o cantor Joe Sany, que por muitos anos integrou o ‘Joe Sany & Serginho Brothers’. Com apoio dos pais, entrou na aula de violão aos 9 anos de idade.
A artista teve o talento natural moldado pelo músico Rogério Valente; no Instituto Musical, Milena estudou canto e violão. Ela se apresentava na escola e nas festas da igreja, sempre admirando artistas regionais; como o cantor Jorge Guilherme, por exemplo, cujas canções fazem parte de seu repertório.
Em 2016, Milena entrou na faculdade de Arquitetura e, no mesmo ano, passou a se apresentar em bares acompanhada de um amigo. Dois anos depois, decidiu se apresentar sozinha – o resto, como dizem, é história. “Hoje sou uma das poucas cantoras mulheres que faz voze violão solo na região”, diz, revelando ser uma apaixonada de carteirinha pela MPB e suas vertentes, como samba, xote, pop e axé. “Me comprometo em entregar sempre a boa e velha música brasileira. Tenho como referência Djavan, Milton Nascimento, Cássia Eller, Ellis Regina, Gal Costa, Marisa Monte e Adriana Calcanhoto”, acrescenta.
Artista nata, Milena, além da Arquitetura, aprendeu a tatuar e a fazer pintura artística. “Mas a música sempre foi e sempre será minha primeira opção. Mesmo me identificando com várias formas de arte a música sempre foi o que falou mais alto. Sinto que consigo expressar melhor tudo que acredito e sinto através das canções”, destaca.
Desde 2021, Milena Telhado tem uma média de 30 apresentações mensais, em praticamente todas as cidades do Sul Fluminense. “Sempre toco muito em Penedo e Maringá, onde o público que admira a MPB é bem forte também”, afirma, lembrando que se sente reconhecida quando é escolhida para ser a voz do casamento de tantos casais e, sobretudo, quando é lembrada por ser uma mulherna música do Sul Fluminense. “Meu maior desafio é cuidar de tudo sozinha: fechar shows, dirigir, montar o som, equalizar. Decidi trabalhar sozinha para ter mais flexibilidade e autonomia. Vivo na estrada fazendo o que tenho de melhor”, frisa
Ela confirma que, como acontece em praticamente todas as profissões, no meio musical também há preconceito de gênero. E, como todas as mulheres, ela lida com o machismo. “Na música não é muito diferente, porque vem acompanhada do preconceito por geralmente ser um trabalho noturno e em local de lazer dos outros. Procuro sempre ser profissional ao máximo e entregar meu trabalho com qualidade”, relata. Para isso, ela se organiza, prepara o repertório cuidadosamente, descansa e cuida da voz entre uma apresentação e outra.
Para quem acha que a MPB está ‘out’ – ou ‘flopada’, como dizem os muito jovens –, Milena garante que não. Muito pelo contrário. “Mesmo hoje em dia a MPB dificilmente é deixada de lado, porque atravessa gerações e possui muitas vertentes. A música é atemporal quando fala de amor e de dor de forma tão poética. Acho que o sentimento que traz nas pessoas, com a riqueza de letra e melodia, faz com que ela perdure”, conclui. Para conhecer o trabalho de Milena Telhado acesse instagram.com/milenatelhado.