VOLTA REDONDA
Quais são suas estratégias para melhorar o transporte público e a mobilidade urbana no município?
ANTONIO FRANCISCO NETO
Um dos principais desafios de Volta Redonda e de todas as cidades médias e grandes do país é o transporte público.
A primeira coisa que a população tem de ter consciência é que há uma posição da Justiça impedindo a realização de uma licitação. Isso posto, buscamos dentro do possível implantar melhorias para a população.
Já foram adquiridos novos ônibus, renovando a frota de duas empresas em cerca de 20%; novos horários foram criados e a readequação de itinerários foi feita em diversas ocasiões, visando melhorar as condições do transporte coletivo.
Também está sendo importante o processo de modernização da bilhetagem eletrônica, com o pagamento por PIX para recargas, a implantação do VR Card, que garante tarifa mais barata para os moradores, e o “Viaje +”, que permite aos usuários dos ônibus fazerem duas viagens e pagar apenas uma passagem com o VR Card. Até agora, 5,2 mil Pessoas entraram neste programa, lançado pouco antes do período eleitoral. Não é uma proposta, é uma realidade: duas viagens por uma passagem.
A prefeitura vem buscando constantemente soluções para melhorar o transporte público, incluindo subsídios à tarifa, e a proposta é continuar trabalhando junto ao setor, fiscalizando e cobrando cada vez mais por mais melhorias nas condições dos veículos, eficiência no cumprimento dos horários para garantir o transporte para toda a população.
ARIMATHÉA
A mobilidade urbana e o transporte público são grandes reclamações que recebemos da população. Garantir que os volta-redondenses possam ter acesso à ônibus de qualidade, no horário certo e com novas linhas. Vamos desenvolver estudos jurídicos para viabilizar a realização de licitação. E realizar um estudo sobre alternativas de transporte de massa.
Vamos ampliar o transporte coletivo gratuito (Tarifa Comercial Zero) interligando e incluindo outros centros comerciais da cidade; implementar estudos para implantação gradual de um modelo de Bilhete Único entre as linhas de ônibus da cidade. Queremos construir uma rede cicloviária que integre toda a cidade, e regulamentar a Lei Municipal 4;912/12 e criar uma Subsecretaria de Mobilidade Ativa e Acessibilidade; priorizar a instalação de paraciclos em polos geradores e escolas públicas, além de implementar um sistema de bicicletas compartilhadas; e garantir a segregação das vias de alto tráfego para a segurança dos modais ativos.
Queremos criar campanhas de conscientização sobre os perigos do álcool ao volante e excesso de velocidade, além de intensificar a fiscalização com a Lei Seca, em parceria com o Governo do Estado; e promover campanhas educativas na rede pública sobre modais ativos, acessibilidade e mobilidade para idosos.
Vamos planejar e melhorar a conexão entre os acessos ao núcleo urbano de Volta Redonda pela rodovia Pres. Dutra e a BR-393, promovendo um tráfego sustentável e incentivando a habitação fora do centro urbano; e implementar um sistema periódico de levantamento de dados e medições da eficácia da mobilidade urbana, orientando as decisões sobre o sistema de mobilidade municipal.
JAMAICA
A questão da segurança pública promove um dos debates mais quentes dos últimos tempos. Não é uma questão exclusiva da esfera municipal, mas o maior equívoco do debate é a subtração da ideia de segurança do cidadão para a segurança do patrimônio, da propriedade privada. Segurança pública para o PCO é a segurança do trabalhador, e, portanto, é a segurança que não só não é garantida pelo Estado, como por ele é ameaçada. Em primeiro lugar seria preciso dissolver as Polícias Militares, Civis, Federais e as Guardas Municipais substituindo-as por milícias populares, democráticas, eleitas nas comunidades e prestando contas ali mesmo. A dissolução do aparato repressivo do Estado seria importante para pôr fim ao massacre que o povo pobre vive, sobretudo os negros e moradores da periferia. Mas pensar a segurança também implica em compreender as causas sociais de sua existência. Ninguém nasce bandido, mas a violência que a miséria é imposta às camadas populares, a desigualdade e a falta de perspectiva de desenvolvimento arrastam a juventude ao desespero e a criminalidade. Enfrentar essa situação com seriedade não pode ser por outro meio que não o de geração de empregos, com bons salários, com expectativa de desenvolvimento de uma carreira. Assim também como é preciso desarticular o sistema de cooptação de jovens ao crime por meio do tráfico de drogas, descriminalizando todas! O combate ao comércio de drogas só tem levado a assassinato de jovens, cadeias superlotadas e ao fortalecimento do crime organizado; o consumo de drogas deve ser combatido com conscientização.
MAICON QUINTANILHA
O serviço de transporte público oferecido em Volta Redonda atualmente é de péssima qualidade além da passagem ser muito cara. Isto porque as empresas de ônibus estão focadas no lucro, não se importando com o atendimento à população que depende deste transporte.
Um transporte público de qualidade ajuda a melhorar a mobilidade urbana pois é comprovado que a deficiência desse serviço essencial contribui para o aumento da quantidade de carros circulando nas ruas.
Nós do PSTU defendemos a criação de uma empresa municipal de transporte, priorizando a aquisição de ônibus elétricos ou movidos a biocombustíveis. Absolvendo a mão de obra das empresas atuais e voltando com a função dos cobradores.
Com a municipalização do transporte público será possível garantir vários benefícios a população, como o passe-livre para estudantes e desempregados. Integração através de um bilhete único que permita aos passageiros ir de uma região a outra da cidade sem pagar a mais por isso. Redução do preço da passagem a um valor justo, com projeto de no futuro o transporte ser gratuito. Nos comprometemos fazer a manutenção das ciclovias. É preciso ainda, começando pela periferia, desenvolver um projeto de melhorias das calçadas e passeios para melhorar as condições de circulação de idosos e PCDs. Vemos importância de fazer um estudo de viabilidade sobre a implantação de um transporte sobre trilhos, seja um VLT ou metrô de superfície que inclusive poderia fazer uma melhor integração entre as cidades do Sul Fluminense. Temos uma malha ferroviária que corta nossa região e é monopolizada ao atendimento dos interesses da CSN e MRS não transportando nenhum passageiro.
MAURO CAMPOS
LINHA VERDE: Volta Redonda cresceu em torno da CSN, que hoje possibilita a criação de uma linha contornando a usina. No trajeto, inicialmente, teremos 12 estações de transferência de passageiros, que são, Rodoviária, prefeitura, 7 de setembro, Santa Margarida, Batalhão, Retiro/Vila Brasília, Subprefeitura, Beira Rio, Belmonte, Siderlândia, Ponte Alta, Sider Shopping.
ONIBUS: A linha Verde contará com ônibus ecológicos, elétricos ou outro combustível não poluente. Também serão GRATUITOS e permitirá ao cidadão se locomover com rapidez entre as diversas estações ao longo do trajeto.
ESTAÇÕES: A partir de cada estação, ônibus normais farão a ligação com seus bairros de destino, com percursos reduzidos. Essas novas linhas serão feitos por empresas privadas, assim poderemos reduzir os valores das passagem, proporcionais a quilometragem e número de passageiros.
Em todas as áreas planas da cidade, vamos construir um corredor para ciclistas. Esse corredor partirá da Ponte Alta, Vila, Aterrado, Aero, Niterói, Retiro, Açude, paralelo, Beira Rio inteira.
Vamos incentivar o trabalho dos motoboys, motoristas de app e taxistas, construindo em pontos estratégicos da cidade, pontos de apoio, onde esses profissionais terão acesso a local de descanso, banheiro e tomadas para carga de celular. Vamos redimensionar o fluxo de trânsito em alguns pontos da cidade, com SEMÁFOROS INTELIGENTES, que variam como na Ponte Alta.
Com o projeto nosso transporte público será realmente eficiente, sendo mais barato, confortável e conveniente se locomover pela Linha Verde.
PROFESSOR HABIBE
Mobilidade urbana é um assunto que nunca se esgota, mas vamos em primeiro lugar mudar o sistema de pagamento, que hoje é por pessoa e passar a usar o km/rodado. Vamos reduzir totalmente o custo do transporte, vai melhor o atendimento e vamos implementar gradativamente o sistema de tarifa zero.
Estamos há 40 anos do mesmo jeito, são aquelas promessas que nunca são cumpridas pela atual administração. O transporte público de Volta Redonda já está sendo subsidiado, então precisamos melhorar e atender mais pessoas. Nós entendemos que na medida em que você tem um transporte coletivo que chegue na hora, seja limpo, o ambiente esteja correto, e seja gratuito, a gente vai tirar um monte de carro da rua. Será ruim para os postos de gasolina eu entendo, mas muito bom para a gente respirar menos CO2 e menos monóxido de carbono também, então, é importante a gente entender que o transporte coletivo é fundamental, principalmente para os moradores mais distantes do centro da cidade. Hoje a gente tem um número de ônibus insuficiente, há quatro anos eram cerca de 300, hoje são 150, na maioria velhos e sem condições de uso, são inúmeros relatos nesse sentido, aumentou o tempo de espera que está chegando a uma hora. Vamos começar a mudar isso nos primeiros meses: “Nós acreditamos que o transporte é um direito social, e um serviço essencial para o desenvolvimento da nossa cidade e estamos comprometidos em garantir o acesso universal e gratuito a todos os cidadãos”. O Governo Federal lançou o (PAC) da Mobilidade no valor de R$ 7 bilhões em financiamento para cidades com menos de 700 mil habitantes e mais de 250 mil, para que realizem obras de transporte coletivo.
SAMUCA SILVA
Em 2019, mostramos que é possível com o Tarifa Comercial Zero colocar ônibus de graça para a população. O sistema operava com três ônibus elétricos — silenciosos, ambientalmente corretos, com ar condicionado, Wi-Fi e USB — e transportava cerca de 3 mil pessoas diariamente. Agora, queremos expandir essa iniciativa para os bairros Santo Agostinho, Ponte Alta, São Lucas, São Luís, 249 e Retiro-João XXIII.
Além disso, vamos lançar o Tarifa Zero nos Bairros, o Amarelinho, que funcionará inicialmente, de segunda a sexta, das 5h às 20h. Imagine uma pessoa saindo do Roma, podendo pegar o Amarelinho até o Park Sul e, de lá, acessar o Tarifa Comercial Zero. Alguém vindo da Brasilândia ou da Caieira poderá ir até o São Luiz e seguir para a Vila Santa Cecília sem pagar nada. Vamos garantir a volta para casa, no mesmo sistema integrado.
Também vamos melhorar a infraestrutura dos pontos de ônibus para garantir acessibilidade, dignidade e bem-estar aos usuários do transporte coletivo. Investiremos em ciclovias e projetos que incentivem o uso de bicicletas e outros meios de transporte não motorizados.
A mobilidade urbana em Volta Redonda precisa ser planejada de forma integrada, combinando transporte público tradicional e novas tecnologias. Atualmente, a frota de ônibus está sucateada: em cinco anos, o número de veículos em circulação diária caiu de 400 para 132, e algumas linhas reduziram seus horários pela metade. Isso tem um impacto significativo na vida dos usuários.