Barra Mansa reforça ações de valorização da vida e saúde mental

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Foto: Divulgação


Barra Mansa –
A valorização da vida deve ser trabalhada ao longo do ano, mas durante o mês de setembro os esforços se concentram para chamar a atenção da sociedade para a necessidade dos cuidados e a conscientização acerca da saúde mental. Com o intuito de proporcionar esclarecimentos junto à população sobre os fatores de risco para o comportamento suicida e orientar para o tratamento adequado dos transtornos mentais, desde 2014 a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), promove a campanha ‘Setembro Amarelo’, aproveitando que o dia 10 deste mês é, oficialmente, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. Em 2024, o lema da campanha é ‘Se precisar, peça ajuda!’.

Em decorrência do Setembro Amarelo, o Programa de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas de Barra Mansa – vinculado à Secretaria Municipal de Saúde –, tem promovido rodas de conversa na rede de Saúde Mental com usuários, familiares e profissionais, Atenção Básica e outras instituições e dispositivos públicos que são parceiros e solicitam atividades relacionadas ao tema.

Conforme orientação do Ministério da Saúde, o município oferece dispositivos que proporcionam diversos serviços especializados com foco no atendimento, acolhimento e orientação às pessoas que enfrentam algum sofrimento psíquico. São três Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) – o CAPS IA (para crianças e adolescentes), o CAPS II Estação Mental (para transtornos mentais) e o CAPS AD Espaço Reviver (álcool e outras drogas) –, além dos Ambulatórios Ampliados de Saúde Mental e as Unidades de Saúde da Família.

De acordo com a coordenadora do Programa de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas, Maria Elvira da Cunha Franco Dias, o trabalho realizado ao longo do ano busca levar aos pacientes qualidade de vida e inserção/reinserção social através de ações integradas com Assistência Social, Educação, Cultura e vários setores da Saúde, incluindo estudo de caso e atividades compartilhadas.

“Nós reconhecemos que Saúde Mental se constitui com saúde, alimentação, educação, moradia, emprego, cultura, esporte, entre outros. Esse conjunto garante o equilíbrio e as condições necessárias para que uma pessoa possa se restabelecer mentalmente e consiga sair da situação de dor”, contou.

Neste ano de 2024, os dispositivos do Programa de Saúde Mental já realizaram aproximadamente 45 mil atendimentos. “A maioria dos atendimentos feitos pelos Centros de Atenção Psicossocial são de casos graves como psicóticos, esquizofrênicos e transtorno do espectro autista, além do uso abusivo de álcool e outras drogas. Nos ambulatórios prevalecem casos de depressão e ansiedade generalizada”, detalhou Maria Elvira.

De acordo com a pedagoga do CAPS AD, Renata Dias da Fonte, no período após a pandemia de covid-19 observou-se que os transtornos mentais se intensificaram na população. “Casos de suicídio têm sido muito mais comuns, o que leva o assunto a ser encarado de forma mais respeitosa. O tema exige delicadeza para ser abordado, dando destaque para a valorização da vida e a possibilidades de cuidados com a saúde mental”, contou Renata.

A psicóloga Andréia Gonçalves da Fonseca orientou sobre como ajudar uma pessoa próxima que apresente comportamento de risco. “É muito importante perceber se familiares e amigos estão de alguma forma sinalizando que não estão bem. Acolher frases de desânimo ou desesperança, comportamentos de isolamento ou irritabilidade e encaminhar essas pessoas para acompanhamento nos dispositivos da saúde mental”, contou a psicóloga.

Para outros esclarecimentos, o contato pode ser feito pelos seguintes telefones:

– Programa de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas: (24) 3512-0758

– CAPS II Estação Mental: (24) 3512-0612

– CAPS AD: (24) 3512-0784

– CAPS IA: (24) 3512-0771

– Ambulatório Centro: (24) 3512-0672

– Ambulatório de Saúde Mental Região Leste: (24) 3512-0691

Dados

De acordo com informações disponibilizadas no site da campanha Setembro Amarelo (https://www.setembroamarelo.com/), a última pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2019, mostrou que mais de 700 mil suicídios são registrados anualmente em todo o mundo, sem contar com os episódios subnotificados, o que faz com que o número estimado seja de mais de um milhão de casos. No Brasil, os registros se aproximam de 14 mil casos por ano, o que indica que uma média de 38 pessoas cometem suicídio por dia.

Ainda segundo a OMS, quase a totalidade dos casos de suicídio estavam relacionados a doenças mentais, principalmente não diagnosticadas ou tratadas de forma incorreta, o que demonstra que muitas mortes poderiam ter sido evitadas se esses pacientes tivessem acesso a um tratamento adequado em saúde mental.

 

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